Representantes do Sindicato dos Médicos (Sindimed) e do Comitê em Defesa da Saúde Pública de Mato Grosso realizaram entrevista coletiva na tarde desta segunda (12), com intuito de reafirmar posição contrária a contratação de Organizações Sociais de Saúde (OSS) para gerir o Pronto Socorro de Cuiabá, bem como outras unidades de Saúde.

Para a conselheira municipal de saúde, Maria Ângela Martins, os gestores públicos não querem assumir responsabilidades, de forma que o direito à vida está sendo vendido.

Martins critica veementemente a implantação das OSS, para ela, o sistema irá dificultar o acesso da população ao sistema de saúde. “As OSSs não irão resolver o problema da saúde, elas não irão dobrar a capacidade de atendimento dos Prontos Socorros. OSS consiste em aparelho que trabalha com metas, e o que todos têm que entender é que a saúde não se trata de uma questão de números”, avaliou a conselheira.

Como exemplo de que o sistema não é o ideal, Martins cita o caso do Hospital Metropolitano de Várzea Grande. “O Metropolitano tem obrigação de realizar 460 cirurgias/mês, dessa forma, ninguém se compromete com o estado do paciente, mas sim se os números vão ser atingidos ou não”. O professor de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Reginaldo Araújo, ainda completa dizendo, “o que está acontecendo no Metropolitano é uma situação assustadora: corta, costura e manda embora, isso é inadmissível”.

Araújo argumenta ainda que futuramente, o usuário do sistema público de saúde irá sentir quando precisar utilizar o Pronto Socorro, por exemplo, e encontrá-lo de ‘porta fechada’. “O acesso aos hospitais gerenciados por OSS, só será possível se feito com uso de unidades móveis, ou Samu. Ninguém poderá chegar por conta própria e ser atendido, é um sistema totalmente equivocado”, pontuou o professor.

Sistema Básico

Na opinião dos membros do Comitê, as OSS até seriam visáveis, caso o sistema de atenção básica à saúde fosse adequado, “contudo esta não é a realidade encontrada na capital. E é justamente por isso, que Cuiabá não suportaria este sistema”, avalia Araújo.

Leitos Hospitalares

Ainda segundo Araújo, o estado deveria concluir a construção do Hospital Central, ao invés de buscar leitos em hospitais particulares, “isso sim seria uma contribuição para a saúde pública do Estado”.

 

Fonte: Circuito Mato Grosso

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