CRM Virtual

Conselho Regional de Medicina

Acesse agora

A cada minuto, uma pessoa morre em decorrência de complicações da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) no mundo. No Brasil, aproximadamente 960 mil pessoas convivem com o vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), conforme dados do Ministério da Saúde. Apesar da gravidade do cenário, o tema ainda é pouco debatido, e muitas pessoas desconhecem seu diagnóstico. O Dezembro Vermelho é uma iniciativa que visa conscientizar a população sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado.

Em Mato Grosso, o Centro de Referência em Média e Alta Complexidade (Cermac), vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), registrou mais de 2,3 mil consultas e distribuiu mais de 6 mil medicamentos para o tratamento de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) entre dezembro de 2023 e novembro de 2024. Esses números evidenciam o empenho contínuo no combate à AIDS no estado.

O diagnóstico precoce é considerado essencial para evitar complicações graves e salvar vidas, especialmente em casos de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). O médico infectologista Abdon Karhawi destaca que doenças como hepatites B e C, HIV e sífilis podem permanecer silenciosas por longos períodos. “Mesmo sem sintomas, essas doenças podem causar sérios problemas de saúde no futuro e aumentar o risco de transmissão para outras pessoas”, afirma.

O especialista também reforça que o uso de preservativos é a principal forma de prevenção. “No caso do HIV, há ainda a profilaxia pré e pós-exposição com medicamentos antivirais, medidas eficazes para evitar o contágio”, explicou. Embora os avanços científicos e campanhas de conscientização tenham ajudado a reduzir o estigma em torno do HIV, desafios significativos ainda persistem. A desinformação e os preconceitos ligados aos hábitos sexuais continuam a alimentar visões equivocadas sobre a doença. Nesse contexto, Karhawi enfatiza a importância de um esforço coletivo para superar essas barreiras. “Para reduzir ainda mais o estigma, é fundamental o papel da mídia e da educação. Informações corretas devem ser promovidas, evitando abordagens sensacionalistas que perpetuem preconceitos”, ressalta.

Além das estatísticas alarmantes e da análise de especialistas, histórias pessoais de pessoas diagnosticadas com HIV reforçam a necessidade de empatia e conscientização. Um paciente que preferiu não se identificar relatou como recebeu o diagnóstico durante um exame de rotina realizado por precaução.

“Eu não apresentava sintomas específicos, mas sempre acreditei na importância de cuidar da saúde regularmente. Receber o resultado foi um turbilhão de emoções: medo, tristeza e incerteza”, conta. O relato também incluiu como o paciente enfrentou o estigma associado ao vírus e as dúvidas sobre como isso impactaria sua vida. “No início, foi difícil. Porém, com informação e apoio, entendi que, com tratamento, posso viver de forma saudável e plena”.

Ele ainda destacou os desafios diários impostos pelo preconceito e pela desinformação. “Mesmo com os avanços no tratamento e a redução da transmissibilidade graças à adesão à terapia antirretroviral, o estigma ainda é forte. Muitas vezes, preciso escolher cuidadosamente com quem compartilho meu diagnóstico”, disse.

Como mensagem para quem enfrenta o mesmo diagnóstico ou teme realizar o teste, ele enfatiza a importância do autocuidado e da coragem.

“Não tenha medo de cuidar de você. Fazer o teste de HIV é um ato de coragem e amor próprio. E nunca esqueça que você é muito mais do que um vírus. Sua vida tem valor, propósito e beleza.”

A luta contra o HIV/AIDS é um compromisso coletivo. O Dezembro Vermelho mobiliza ações de prevenção, diagnóstico e tratamento, além de combater o estigma associado à doença. Manter os exames em dia e buscar ajuda especializada são passos fundamentais. O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) apoia essa causa e reforça a importância de cuidados preventivos e de uma sociedade mais consciente e inclusiva.

Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.