Nos últimos dias, a equipe do Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM) recebeu o contato de duas gestantes que buscavam informações sobre microcefalia, uma má-formação que tem sido um aumento de casos no Nordeste do país deste agosto deste ano. A suspeita é de que o aumento da doença tenha ligação com o zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
Em nota, o hospital informou que as gestantes foram orientadas pelos profissionais do hospital. Entretanto, não confirmou o diagnóstico ou não dos casos da doença, o que segundo informações repassadas pelas gestantes, teria sido feito pelos profissionais com quem fazem o pré-natal.
“Até momento, o HUJM não tem nenhum paciente internado com diagnóstico de microcefalia, mas está preparado para atender o fluxo de investigação preconizado pelo Ministério”, frisou.
Na nota, o HUJM esclarece ainda que casos de microcefalia sempre foram registrados no Estado e várias são as causas que podem levar ao desenvolvimento dessa má formação. A partir daí, é iniciado um levantamento para esclarecer o diagnóstico.
“Diante da atual situação, o aumento do número de casos observados em todo o País, a possibilidade de infecção pelo zika vírus está sendo incluída na investigação. O Ministério da Saúde (MS) divulgou uma nota técnica que estabelece o fluxo de investigação, os critérios de notificação e o monitoramento dos casos de bebês com microcefalia”, disse.
De acordo com o ministério, até 21 de novembro deste ano foram notificados 739 casos suspeitos de microcefalia. O estado de Pernambuco mantem-se com o maior número de casos (487), sendo o primeiro a identificar aumento da malformação em sua região e que conta com o acompanhamento de equipe do Ministério.
Em seguida, estão Paraíba (96), Sergipe (54) e Rio Grande do Norte (47). Mato Grosso não aparece no levantamento do MS. Mas, conforme dados repassados ao DIÁRIO há pouco mais de uma semana pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), neste ano já foram registrados quatro casos, dois a menos do que em 2014.
Procurada para falar sobre o assunto, a SES disse que irá se pronunciar sobre o assunto apenas na tarde de hoje. Na oportunidade também será abordado o crescimento dos casos notificados de dengue, doença que, a exemplo do zika vírus e da febre chikungunya, é transmitida pelo mosquito Aedes.
Diante do aumento e com o objetivo de unir esforços contra a doença e o Aedes, o Ministério da Saúde acionou, na última semana, o Grupo Estratégico Interministerial de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional (GEI-ESPII).
O grupo, que reúne 19 órgãos e entidades, foi instituído em decreto da Presidência da República de 06 de dezembro de 2010, com o objetivo de acompanhar e propor medidas de emergência em saúde pública. O mecanismo é utilizado em casos de emergências em saúde pública que necessitem o emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública.
Fonte: Diário de Cuiabá/Joanice de Deus