O Hospital Regional de Colíder está há dois meses sem realizar nenhum parto, desde que os profissionais da área de obstetrícia, ginecologia e pediatria pararam de trabalhar por falta de pagamento do Governo do Estado. Segundo o Sindicato dos Médicos (Sindimed), a situação se repete nos hospitais de Rondonópolis, Cáceres e Sinop.

De acordo com o médico pediatra Antônio de Queiroz, os repasses deveriam ser feitos aos médicos contratados pela empresa Med Vida Serviços Médicos. “São cinco meses sem receber, e dois meses que paramos o serviço. Além da falta dos repasses, há o descaso nas condições de trabalho”, disse.

Segundo o médico, o hospital todo atende uma média de 200 pessoas por dia e não só da cidade, mas também de 11 municípios no seu entorno. Ele lembra que os pediatras foram os primeiros a paralisar o serviço.

“Mas, em seguida, os obstetras também pararam. Como vão realizar um parto sem a presença de um pediatra?”, questiona. Por isso, as pacientes gestantes estão sendo encaminhadas para outras unidades de saúde próximas, para dar à luz.

O que, segundo ele, desencadeia outro problema. “As pacientes correm riscos durante esse transporte, que não é feito pelo hospital. E se ela entra em trabalho de parto na estrada? Se a criança nasce e precisa de atendimento? Ela morre?”.

Casos de crianças que precisam ficar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, o problema se agrava mais. Antônio lembra que faltam equipamentos que impossibilitam maiores cuidados aos pequenos.

“Já fizemos dois boletins de ocorrência, é um problema grave. Fora que nós mesmos corremos risco de vida, se caso uma criança venha a morrer por falta de equipamento, os pais se revoltam”. O setor está sucateado e sem equipamentos.

A presidente do Sindimed, Eliana Siqueira, afirmou ao DIÁRIO que profissionais de outros hospitais regionais também sofrem com atrasos. “Em Rondonópolis, tem médico que não recebe há dois meses, em Sinop, são três meses de atraso”.

Agora, o sindicato vai encaminhar um ofício ao Governo do Estado, para pedir uma reunião com o governador Pedro Taques a fim de buscar uma solução ao problema. Além disso, acionará o Ministério Público Estadual (MPE), para que os serviços no hospital de Colíder sejam restabelecidos.

Sobre o pagamento dos médicos prestadores de serviço no hospital de Colíder, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) afirmou que estão em atraso os repasses dos meses de setembro, outubro e novembro, já que o processo – com a documentação necessária que comprova o serviço – foi encaminhada em dezembro, quando o orçamento do Estado já estava fechado. O pagamento de novembro estaria em procedimento de empenho, liquidação e pagamento. “A SES aguarda o envio das notas com a relação do serviço prestado do mês de dezembro/2015, para efetivar o pagamento dos valores devidos”.

A SES lembrou ainda que a UTI neonatal foi finalizada em novembro do ano passado e que, agora, trabalha para regularizar a parte de recursos humanos para a contratação de médicos especializados.

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