O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) divulgou levantamento sobre as condições do Pronto-Socorro de Várzea Grande e afirmou que já aprovado o indicativo de interdição ética do local.

O CRM realizou fiscalização na unidade e informou que o local não tem alvará sanitário para funcionamento e possui regulamentação desatualizada no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde.

Além destes itens, consta no relatório que o Pronto-Socorro de Várzea Grande possui medicação com data de validade vencida no box de emergência; estrutura física e instalações em condições de manutenção e conservação precárias; instalações precárias da UTI para adulto; e controle inadequado de conservação dos remédios.

O conselho ainda informou que a unidade de Saúde não apresentou as escalas de plantões, nem divulgou as empresas médicas que prestam serviços no local.

Controle inadequado de medicamentos, falta de equipamentos para o controle no pré-parto, falta de sala para recuperação anestésica e a ausência de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS) também foram citados no documento.

Ao todo, foram concluídos 21 itens que precisam ser melhorados no pronto-socorro. O relatório foi encaminhado para os gestores do município, incluindo a prefeita Lucimar Campos (DEM), e para o Ministério Público Estadual (MPE).

De acordo com o presidente do CRM-MT, Gabriel Selsky, o Município terá um prazo total de 60 dias para realizar melhorias nos itens destacados.

“Queremos que haja alterações nas irregularidades apontadas no relatório, todos esses problemas deverão ser consertados”, disse.

Seslky afirmou que, após o término da fiscalização, houve um indicativo de interdição ética, que deverá ocorrer se a Prefeitura não cumprir as melhorias no prazo estabelecido.

“Daqui a 60 dias, faremos uma nova fiscalização no pronto-socorro. Se não notarmos melhorias nos itens, haverá a interdição ética, em que os médicos paralisam os trabalhos na unidade, pois o local continuará apresentando riscos aos pacientes”, declarou.

A interdição poderá acontecer de modo total, em toda a unidade, ou parcialmente, somente nos setores que apresentarem situações precárias, sem condições de atendimento, destacou o presidente do CRM-MT.

“Mas se todos esses problemas forem sanados no prazo estabelecido, cancelaremos essa interdição. O nosso objetivo é que haja melhores condições no atendimento médico”, completou.

Outros itens precários

O relatório do CRM-MT aponta superlotação nas enfermarias da unidade de Saúde que, conforme a entidade, possui excessivo número de pacientes em relação ao espaço físico utilizado.

A presença de baratas no local, as condições da área de descarte de resíduos biológicos, a falta de equipamentos recomendados e a realização de curativo na Sala de medicação do Pronto Atendimento também foram itens citados no documento.

O erro na utilização dos espaços destinados ao isolamento dos pacientes também foi destacado pelo Conselho.

A entidade afirma que as portas do local ficam abertas, fazendo com que o fluxo de ar seja inadequado.

Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.