A presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Dalva Neves, apresentou na tarde desta segunda-feira (23) os relatórios das fiscalizações realizados no Pronto-Socorro de Várzea Grande e no Centro de Integração de Assistência em Saúde Pública (Ciasp) Adauto Botelho que serão entregues as autoridades competentes, para que sejam tomadas as devidas providências. As condições de atendimento oferecido especialmente neste último são consideradas sobre-humanas pelo CRM.
Em visita na última quinta-feira (19) ao PS do município, o CRM constatou problemas como falta de médicos – que ocasiona em sobrecarga com profissionais trabalhando mais de 24 horas consecutivas – enfermeiros, equipamentos, infraestrutura e higienização, todos estes considerados essenciais num ambiente hospitalar. Os problemas identificados desde 2009, pioraram, de acordo com Dalva.
Nesta última visita, o conselho destacou itens de segurança que não estão sendo cumpridos dentro da unidade como a falta de higienização para manipulação de medicamentos e mistura de materiais esterilizados com já utilizados, que podem ocasionar facilmente contaminações. Além disso, o ambiente destinado à esterilização apresenta fatores que favorecem o início de incêndio, já que no local onde é gerado intenso calor, divide espaço com colchões.
Além disso a unidade está a beira de um caos e presta um falso atendimento, segundo o vice-presidente do CRM, Arlan Azevedo, desde a extinção da Fusvag no fim de dezembro, quando houve cinco pedidos de demissão e dispensa de outros 65% encaminhada por meio da Secretaria Municipal de Saúde.
No dia da visita, inclusive, o PS se encontrava sem o diretor clínico, médico responsável por responder pela administração da unidade, o que é exigido por lei, não sendo permitido que qualquer outra pessoa ocupe a posição.
Providências
Com a finalização do relatório e a entrega ao Ministério Público Municipal, aos secretários de saúde do município e do Estado, respectivamente, Marcos José da Silva e Pedro Henry, o CRM espera que sejam tomadas as devidas providências, que se trata, emergencialmente, da transferência de pacientes para hospitais privados.
O vice-presidente do CRM sugere que o município remaneje seus recursos e dê prioridade para a saúde, adiando, por exemplo, licitações do Executivo municipal. Caso as medidas cabíveis não sejam tomadas, Dalva avalia que o MP deva bloquear as contas do município.
“Nossa intenção é tentar modificar a situação que os médicos e a população vivem hoje. É um pedido de socorro. Já tomamos todas as medidas que nos cabe, e agora os médicos já decidiram pelo ato mais extremo, que é dar início a uma greve porque a precariedade é intensa e a sobrecarga ainda mais”, desabafou Arlan.
Adauto Botelho
A fiscalização no hospital psiquiátrico Adauto Botelho revelou uma situação ainda mais grave, definidas por Dalva como sobre-humanas. Através das fotos tiradas no local tem-se a impressão que a unidade está abandonada, com macas enferrujadas, infiltração, pacientes no chão, falta de atendimento continuado, total falta de higiene e médicos.
Prova disso é que no quadro de funcionário estão registrados apenas um médico psiquiatra e dois psicólogos, que prestam serviços apenas duas vezes por semana. Mínimas também são as condições de higiene na unidade. De acordo com a presidente do CRM qualquer unidade de saúde deve ser limpa, se possível de hora em hora e o serviço no local é avaliado como precário já que é limpo uma vez ao dia e não é ofertado aos finais de semana e nos feriados.
Também responsável por um relatório que será enviado ao Ministério Público Estadual (MPE), o local possui problemas graves como a divisão de espaço entre deficientes mentais e pessoas em tratamento contra drogas lícitas e ilícitas, o que é totalmente ilegal.
“É inviável que os dois tipos de doenças sejam tratadas no mesmo local com a mesma convivência. O caso das mulheres é ainda pior, já que elas não têm unidade própria”, lembrou. Os pacientes do sexo masculino que precisarem de tratamento contra drogas contam com a unidade II do Adauto, destinada a eles.
A falta de continuidade no tratamento também foi identificada durante a visita. Segundo Dalva, um dos pacientes foi medicado pela última vez no dia 7 de novembro de 2011, o que também revela a falta de assistência aos pacientes.
O Adauto Botelho constatou três mortes em 2010 e outras sete em 2011, todas elas por falta de atendimento satisfatório. “O estado está fora da lei, já que desde 2001 está em vigor uma lei do Ciasp que diz que o Estado deve oferecer tratamento gratuito e de maneira humanizada, tudo o contrário do que foi encontrado, tratando-se, portanto de uma infração legal e o Estado deve ser acionado”, disse Arlan.

A presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Dalva Neves, apresentou na tarde desta segunda-feira (23) os relatórios das fiscalizações realizados no Pronto-Socorro de Várzea Grande e no Centro de Integração de Assistência em Saúde Pública (Ciasp) Adauto Botelho que serão entregues as autoridades competentes, para que sejam tomadas as devidas providências. As condições de atendimento oferecido especialmente neste último são consideradas sobre-humanas pelo CRM.

Em visita na última quinta-feira (19) ao PS do município, o CRM constatou problemas como falta de médicos – que ocasiona em sobrecarga com profissionais trabalhando mais de 24 horas consecutivas – enfermeiros, equipamentos, infraestrutura e higienização, todos estes considerados essenciais num ambiente hospitalar. Os problemas identificados desde 2009, pioraram, de acordo com Dalva.

Nesta última visita, o conselho destacou itens de segurança que não estão sendo cumpridos dentro da unidade como a falta de higienização para manipulação de medicamentos e mistura de materiais esterilizados com já utilizados, que podem ocasionar facilmente contaminações. Além disso, o ambiente destinado à esterilização apresenta fatores que favorecem o início de incêndio, já que no local onde é gerado intenso calor, divide espaço com colchões. 

Além disso a unidade está a beira de um caos e presta um falso atendimento, segundo o vice-presidente do CRM, Arlan Azevedo, desde a extinção da Fusvag no fim de dezembro, quando houve cinco pedidos de demissão e dispensa de outros 65% encaminhada por meio da Secretaria Municipal de Saúde. 

No dia da visita, inclusive, o PS se encontrava sem o diretor clínico, médico responsável por responder pela administração da unidade, o que é exigido por lei, não sendo permitido que qualquer outra pessoa ocupe a posição. 

Providências

Com a finalização do relatório e a entrega ao Ministério Público Municipal, aos secretários de saúde do município e do Estado, respectivamente, Marcos José da Silva e Pedro Henry, o CRM espera que sejam tomadas as devidas providências, que se trata, emergencialmente, da transferência de pacientes para hospitais privados.

O vice-presidente do CRM sugere que o município remaneje seus recursos e dê prioridade para a saúde, adiando, por exemplo, licitações do Executivo municipal. Caso as medidas cabíveis não sejam tomadas, Dalva avalia que o MP deva bloquear as contas do município.

“Nossa intenção é tentar modificar a situação que os médicos e a população vivem hoje. É um pedido de socorro. Já tomamos todas as medidas que nos cabe, e agora os médicos já decidiram pelo ato mais extremo, que é dar início a uma greve porque a precariedade é intensa e a sobrecarga ainda mais”, desabafou Arlan.

Adauto Botelho

A fiscalização no hospital psiquiátrico Adauto Botelho revelou uma situação ainda mais grave, definidas por Dalva como sobre-humanas. Através das fotos tiradas no local tem-se a impressão que a unidade está abandonada, com macas enferrujadas, infiltração, pacientes no chão, falta de atendimento continuado, total falta de higiene e médicos.

Prova disso é que no quadro de funcionário estão registrados apenas um médico psiquiatra e dois psicólogos, que prestam serviços apenas duas vezes por semana. Mínimas também são as condições de higiene na unidade. De acordo com a presidente do CRM qualquer unidade de saúde deve ser limpa, se possível de hora em hora e o serviço no local é avaliado como precário já que é limpo uma vez ao dia e não é ofertado aos finais de semana e nos feriados.

Também responsável por um relatório que será enviado ao Ministério Público Estadual (MPE), o local possui problemas graves como a divisão de espaço entre deficientes mentais e pessoas em tratamento contra drogas lícitas e ilícitas, o que é totalmente ilegal. 

“É inviável que os dois tipos de doenças sejam tratadas no mesmo local com a mesma convivência. O caso das mulheres é ainda pior, já que elas não têm unidade própria”, lembrou. Os pacientes do sexo masculino que precisarem de tratamento contra drogas contam com a unidade II do Adauto, destinada a eles. 

A falta de continuidade no tratamento também foi identificada durante a visita. Segundo Dalva, um dos pacientes foi medicado pela última vez no dia 7 de novembro de 2011, o que também revela a falta de assistência aos pacientes.

O Adauto Botelho constatou três mortes em 2010 e outras sete em 2011, todas elas por falta de atendimento satisfatório. “O estado está fora da lei, já que desde 2001 está em vigor uma lei do Ciasp que diz que o Estado deve oferecer tratamento gratuito e de maneira humanizada, tudo o contrário do que foi encontrado, tratando-se, portanto de uma infração legal e o Estado deve ser acionado”, disse Arlan.


Fonte: Mato Grosso Notícias

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