Mato Grosso se aproxima dos 5 mil casos prováveis de dengue, registrados apenas este ano. Os dados, divulgados pelo Ministério da Saúde, reforçam o alerta para os cuidados que devem ser adotados para impedir a proliferação do mosquito aedes aegypti, vetor responsável pela transmissão da doença. Além disso, é fundamental que as pessoas que apresentem os sintomas não façam a automedicação e busquem o atendimento médico imediatamente.

A infectologista Nidyanara Castanheira explica que a dengue, no Brasil, é uma doença endêmica, ou seja, ocorre o ano todo. “O aumento expressivo do número de casos que temos vivenciado no início de 2024, no país e em Mato Grosso, se deve às temperaturas elevadas e chuvas abundantes características desta época do ano, além do controle inadequado do vetor [mosquito], favorecendo a proliferação do mesmo.”

No Brasil, atualmente, circulam quatro sorotipos de dengue diferentes, ressalta a infectologista pediátrica Vanessa Siano. “Em termos de sintomas, os quatro sorotipos são bastante semelhantes entre si, bem como a condução e manejo clínico. Eles possuem diferenças estruturais. O que precisamos ter em mente é que quando já tivemos um episódio de dengue por um sorotipo, corre o risco de ter quadro mais grave se adquirir novamente dengue de um sorotipo diferente”.

Sintomas

Atualmente, o Ministério da Saúde divide a dengue em três fases: febril, crítica e de recuperação. A fase febril inclui a primeira manifestação da dengue, a febre, que costuma ser alta (39ºC a 40°C) e durar de 2 a 7 dias, associada a fraqueza, náuseas, vômitos, mialgias, dor atrás dos olhos, manchas na pele, entre outros. “A maioria dos pacientes evoluirá daqui para a melhora e recuperação total com o passar dos dias”, pontua Nidyanara.

Algumas pessoas seguirão para a fase crítica, que engloba o período de declínio da febre, podendo seguir para formas graves da doença. “É aqui que diferenciamos a dengue em ‘dengue com sinais de alarme’ e ‘dengue grave’. O termo ‘dengue hemorrágica’, muito utilizado no passado, foi aposentado”, prossegue a infectologista.

A dengue com sinais de alarme tem como sintomas dor abdominal intensa, acúmulo de líquidos em cavidades, hipotensão e sangramento de mucosas. Já a dengue grave ocorre quando há choque, insuficiência respiratória pelo acúmulo de líquidos, sangramentos volumosos ou disfunção grave de órgãos.

Atendimento

Vanessa explica que toda pessoa com febre alta, dores no corpo , dor de cabeça, ou atrás dos olhos , diarreia e vômito deve procurar avaliação médica. No caso das crianças, é importante que essa avaliação seja feita por um pediatra. “A suspeita de dengue deve ser notificada e, é muito importante, não utilizar medicamentos sem receita médica, principalmente anti-inflamatórios que podem agravar o quadro, além de se hidratar bastante”.

Prevenção

Algumas medidas de proteção individual e coletiva são imprescindíveis para a redução do número de casos e de óbitos e podem ser implementadas por cada um de nós, como usar roupas claras e compridas em locais com muitos mosquitos; aplicar repelentes diariamente; vedar bem os sacos de lixo; manter as caixas d’águas fechadas; receber em sua casa os agentes de saúde e endemia; colocar areia nos vasos de plantas; não acumular entulhos e lixos; esvaziar garrafas e potes; e manter as calhas da sua residência limpas.

Além das diversas atribuições voltadas ao exercício da boa medicina, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Mato Grosso (CRM-MT) tem o dever de manter o compromisso com a sociedade, buscando educar e informar sobre doenças, prevenção e cuidados, contribuindo para uma comunidade mais saudável e bem-informada.

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