As mulheres latinas têm mais chances de morrer por câncer de mama do que as demais, como as americanas, por exemplo, de acordo com um estudo apresentado nesta quarta-feira durante o simpósio da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer (AACR). Segundo Kathy B. Baumgartner, professora de epidemiologia e decana da Escola de Saúde Pública da Universidade de Louisville, nos Estados Unidos, o porcentual de risco para as latinas chega a ser 20% maior.

Baumgartner, que apresentou as conclusões de seu estudo durante o Simpósio do Câncer de Mama realizado esta semana em San Antonio, no Texas, pediu “uma maior consciência desta disparidade étnica para melhorar a sobrevivência das mulheres latinas com a doença”.

O câncer de mama é o tipo mais comum e o segundo mais fatal em mulheres que vivem nos Estados Unidos, com taxas de incidência e sobrevivência que variam segundo a etnia, de acordo com a AACR. Estudos anteriores mostraram uma tendência de menor sobrevivência a este tipo de câncer nas mulheres latinas, aliada a fatores socioeconômicos, uma vez que muitas delas não têm acesso a tratamento adequado e a exames de detecção de alto nível. Este novo estudo, no entanto, indica uma resposta inferior das latinas à quimioterapia, o que pode acontecer por um fator genético.

Pesquisa – A pesquisadora e sua equipe realizaram entre 1992 e 1996 um estudo de saúde pública no estado do Novo México. Foram observadas 692 mulheres com câncer de mama, para examinar as diferenças de impacto entre as brancas não latinas e as latinas. Posteriormente, foi feito até 2008 um acompanhamento com 577 mulheres que desenvolveram câncer de mama invasivo, para avaliar as diferenças nas taxas de sobrevivência a longo prazo entre as brancas não latinas e as latinas que participaram do estudo.

Os resultados mostraram que as latinas tinham 20% mais chance de morrer por câncer de mama que as brancas não-latinas. Além disso, as latinas que receberam a quimioterapia tiveram probabilidade 50% maior de morrer de câncer de mama que as mulheres brancas não latinas submetidas ao mesmo tratamento. “Alguns estudos sugerem que as latinas são mais propensas a desenvolver tumores ER-negativos, que são resistentes à quimioterapia”, diz Kathy.

 

Fonte: Veja Online

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