Uma vistoria do Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) identificou uma série de irregularidades no Pronto Socorro de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, entre elas a falta de alvará da Vigilância Sanitária. Também foram encontradas baratas andando pelo local e pacientes com doenças contagiosas dividindo o mesmo espaço com os que não estão.

Além disso, o número de médicos é insuficiente para atender a demanda. Remédios com data de validade vencida foram encontrados no carrinho do box de emergência.

A fiscalização foi feita no mês passado e o relatório divulgado nesta terça-feira (8). O CRM-MT deu o prazo de 60 dias para que a Secretaria de Saúde do município sane essas falhas, incluindo o problema de superlotação nas enfermarias.

Os remédios também são conservados em temperaturas inadequadas. Conforme o CRM, as geladeiras não têm controle de temperatura.

Ao todo, foram identificadas 41 irregularidades. Na unidade não há espaço para os pacientes repousarem após anestesia e nem equipamentos recomendados para o controle do trabalho de parto no pré-parto.

“Possui estrutura física e instalações, higiene, climatização e iluminação em condições de manutenção e conservação precárias”, diz trecho do relatório. Também cita a falta de equipamentos em número recomendados no box de emergência e centro cirúrgico.

O secretário de Saúde do município, Cassius Clay de Azevedo, disse que o Pronto Socorro atende 800 pessoas por mês, não só de Várzea Grande, mas também de outros municípios.
“Fizemos uma vistoria e não foram encontrados medicamentos vencidos. Já os insetos foi por causa da reforma, disse.

Uma imagem registrada pela equipe do CRM-MT mostra um bebê internado na ala pediátrica em um berço com colchão sem lençol. O local não tem ar-condicionado e, naquele dia, fazia muito calor, de acordo com a entidade.

O presidente do CRM-MT, Gabriel Felsky disse que se, em 60 dias, o município não fizer as adequações necessárias na unidade, a instituição pedirá uma interdição ética do hospital. Nessa chamada interdição ética, os funcionários devem paralisar as atividades.

“Não tem condições de continuar assim, pediremos que os médicos parem de trabalhar nessas condições”, afirmou.

Essa não é a primeira vez que irregularidades foram identificadas na unidade. A própria direção do Pronto-Socorro já denunciou, no ano passado, a falta de medicamentos, pouca quantidade de médicos para atender e deficiências na estrutura do prédio. Com base em um relatório dos profissionais, o CRM acionou o Ministério Público Estadual (MPE).

Em meados do ano passado, mais de 200 enfermeiros e técnicos de enfermagem que trabalham no Pronto-Socorro e nas policlínicas de Várzea Grande pararam as atividades. A alegação foi de descumprimento de um acordo firmado com o então prefeito da cidade, Wallace Guimarães (PMDB), que teve o mandato cassado no ano passado, para o reajuste salarial de 10% a todos os profissionais e mais de 6% para os concursados por conta do reenquadramento.

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