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Ansiedade, burnout, depressão, pânico, transtornos de humor, esquizofrenia e transtorno bipolar. Essas são apenas algumas das condições que, cada vez mais, comprometem a saúde e a qualidade de vida de milhões de brasileiros. Conhecidas como “males do século”, essas questões refletem o impacto de um estilo de vida acelerado e desafiador, trazendo à tona a necessidade urgente de tratar a saúde mental como uma prioridade essencial para o bem-estar individual e coletivo.

Em 2024, o Ministério da Saúde ampliou em 53% os investimentos em saúde mental, com um total previsto de R$ 4,7 bilhões. Mato Grosso se destaca entre os beneficiados, com mais de R$ 490 mil destinados ao fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) no estado. Esse recurso será empregado na implementação de um novo Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPS) para atender crianças e adolescentes em sofrimento psíquico ou com necessidades relacionadas ao uso de álcool e outras drogas.

O uso excessivo das redes sociais tem sido associado a diversos problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. A prática frequente de comparar-se a outros usuários, a busca constante por validação social e a exposição a conteúdos idealizados ou negativos contribuem para sentimentos de inadequação e frustração. Esse impacto pode ser mitigado com uma abordagem mais equilibrada e estratégias práticas que promovam um uso mais saudável das redes sociais.

A médica psiquiatra Luciana Arcos alerta sobre o impacto negativo do uso inadequado das redes sociais, descrevendo-as como um dos males do século, especialmente pelo aumento de ansiedade e depressão gerado pela comparação excessiva e pela busca constante de validação. Para equilibrar esse uso, ela sugere estabelecer limites de tempo diário nas plataformas, desativar notificações, priorizar conteúdos positivos e buscar interações reais por meio de atividades presenciais, como exercícios físicos ou encontros sociais. “É importante lembrar que as redes sociais mostram apenas as partes boas da vida das pessoas, o que pode distorcer a percepção da realidade. Valorizar mais as conexões presenciais nos ajuda a reduzir sofrimento e ansiedade”, reforça.

A saúde mental no ambiente de trabalho também merece atenção especial, especialmente diante do aumento dos casos de ansiedade, burnout e outros transtornos associados à pressão constante por resultados e à falta de equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Esses fatores, muitas vezes, afetam diretamente a produtividade, a qualidade de vida e o bem-estar emocional dos trabalhadores, exigindo estratégias específicas para enfrentar os desafios do ambiente profissional.

A ansiedade no ambiente de trabalho é marcada por sintomas que vão além de preocupações pontuais, afetando diretamente a qualidade de vida e o desempenho do profissional. A psicóloga Laís Taques explica que sentimentos de medo excessivo, desmotivação crônica e insatisfação generalizada com o trabalho são sinais de alerta. Fatores como falta de apoio dos líderes, jornadas exaustivas, competitividade intensa e ausência de reconhecimento podem agravar o quadro. “Além disso, o conflito entre as metas da empresa e as necessidades individuais do colaborador se torna um agente estressor importante, favorecendo o desenvolvimento da ansiedade patológica”, ressalta. Para prevenir ou gerenciar esse tipo de ansiedade, hábitos como organização, prática de exercícios físicos, técnicas de respiração e momentos de autocuidado são fundamentais, aliados ao apoio de profissionais de saúde mental.

A depressão, um dos transtornos mentais mais prevalentes no mundo, exige atenção para que seus primeiros sinais não passem despercebidos. De acordo com a psiquiatra Dra. Priscilla Magalhães, é comum que a pessoa apresente mudanças sutis no comportamento, como perda de interesse por atividades prazerosas, fadiga constante, alterações no sono e no apetite, além de tendência ao isolamento. “Esses sinais, muitas vezes, são interpretados como algo passageiro, mas quando persistem por semanas ou meses, é essencial buscar ajuda”, alerta a especialista. Ela destaca que a atenção de familiares e amigos é crucial para que o indivíduo busque suporte antes que a condição se agrave.

No estado de Mato Grosso, o Sistema Único de Saúde (SUS) dispõe de uma rede de 45 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), dedicados ao atendimento e suporte em saúde mental. Esses serviços são gratuitos e pautados por diretrizes que priorizam o respeito aos direitos humanos, o combate aos estigmas, e uma atenção humanizada.

A campanha Janeiro Branco busca conscientizar sobre a importância da saúde mental e do cuidado emocional. O CRM-MT apoia a iniciativa e reforça hábitos saudáveis como buscar apoio profissional, equilibrar a rotina e cuidar das emoções, promovendo autocuidado e prevenção de doenças mentais.

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