O número de casos de malária da Amazônia Legal caiu 31% nos primeiros seis meses deste ano em relação ao mesmo período de 2010. Entre janeiro e junho de 2011, as notificações somaram 115.708, contra 168.397 no mesmo período de 2010. Já as internações tiveram redução de 20%, passando de 2.544 para 2.030. Os dados constam no balanço epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado nesta segunda-feira (05). A região concentra 99% dos casos registrados no país.

“Os dados positivos são o resultado de uma ação integrada, que inclui a intensificação de ações de rotina para diagnóstico precoce e tratamento oportuno de pacientes”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Para ele, os números refletem o empenho dos gestores federais, estaduais e municipais no controle da doença.

Além do balanço, também está sendo lançada nesta segunda-feira uma campanha inédita de mídia para mobilizar gestores, entidades, parceiros e a população, que conta com a distribuição de 1,1 milhão de mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração. (confira texto sobre a ação).

A diminuição do número de casos foi verificada em todos os estados da Amazônia Legal. No Acre, foi de 45%, no Amapá 19%, Amazonas 41%, Maranhão 39%, Mato Grosso 27%, Rondônia 36%, Roraima 29%, Tocantins 30% e Pará 21%.  O número de infecções pelo Plasmodium falciparum passaram 26.917 para 13.464. O falciparum é um dos três protozoários do gênero Plasmodium que causam a malária na região, provocando a forma grave da doença. Com relação aos óbitos pela doença, houve um aumento em 2010 (72), em relação a 2009 (69).

“Não estamos felizes, estamos animados porque vencemos mais uma batalha e conseguimos a diminuição dos casos de malária. Agora, vamos agir antecipadamente, já mapeamos quais são os municípios prioritários e a ideia é intensificarmos o trabalho nessas áreas”, enfatizou o Ministro.

Campanha –Além do balanço, também está sendo lançada nesta segunda-feira uma campanha inédita de mídia para mobilizar gestores, entidades, parceiros e a população. A campanha é direcionada a 47 municípios nos estados da Região Amazônica (AM, AC, AP, PA, RO e RR).

A Mobilização contra malária será divididaem três etapas: aprimeira será marcada pelo estímulo ao uso correto dos mosquiteiros/cortinados. Essa fase é preparatória para a distribuição de 1,1 milhão de mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração.

A segunda etapa consistirá em conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce da doença. O estágio final vai relembrar os pontos anteriores e incentivar a realização do tratamento completo, que varia de três a sete dias, dependendo do agente etiológico.  Alguns dos materiais que compõem a campanha são calendários, gibis, DVDs, jornais, foldersoutdoors, mensagens de áudio, sites e anúncios para televisão e rádio.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, considera de fundamental importância a conscientização dapopulação na adoção de medidas de preventivas que levem à redução da doença. Segundo ele, o êxito de qualquer campanha depende do engajamento de todos: gestores, agentes de saúde e entidades parceiras.

Em todas as etapas da ação, os agentes da Estratégia Saúde da Família e de endemias vão orientar a população com base nos materiais da campanha. Aação poderá ser acompanhada pelo site do projetowww.mobilizacaocontramalaria.com.br, em quatro idiomas: português, inglês, espanhol e francês.

Parceria – A campanha Mobilização contra malária integra o Projetopara Prevenção e Controle da Malária na Amazônia Brasileira, iniciativa patrocinada pelo Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária. A ação é realizada pela Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e pela Fundação Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FFM/USP), por meio da UnidadeTécnica (UT) e do Ministério da Saúde.

Os principais objetivos do projeto são: apoiar os municípios no controle da malária; aumentar os pontos para diagnóstico da doença; distribuir mosquiteiros; aumentar o envolvimento das comunidades em regiões de risco; e estimular o trabalho conjunto com os países vizinhos.

No mundo, atualmente, cerca de 243 milhões de casos de malária e 863 mil óbitos são registrados por ano, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). As regiões mais afetadas são África, América do Sul e Ásia. No Brasil, 49 milhões de pessoas vivem em áreas de risco.

Sobre a Malária – É uma doença infecciosa aguda, causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium. A transmissão ocorre por meio da picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles, que se infecta ao sugar o sangue de uma pessoa doente.

Os criadouros preferenciais do mosquito transmissor da malária são os igarapés, por suas características: água limpa, sombreada e parada. Em humanos, se não for tratada, a malária pode evoluir rapidamente para a forma grave e levar a óbito. Entre os sintomas, os mais comuns são dor de cabeça, dor no corpo, fraqueza, febre alta e calafrios. O período de incubação varia de oito a 17 dias, podendo, entretanto, chegar a vários meses, em condições especiais.

A malária tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito. Ainda não existe uma vacina disponível contra a doença. Contudo, algumas medidas de proteção individual contra picadas de insetos devem ser utilizadas, principalmente nas áreas de risco. O uso de mosquiteiro impregnado com inseticida; o uso de telas nas portas e janelas; o uso de repelente e, ainda, evitar locais de banho em horários de maior atividade do mosquito – manhã e final da tarde – são exemplos de medidas que devem ser adotadas para evitar a transmissão.

Fonte: Ministério da Saúde

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