Além disso, o chamamento também especifica a contratação de médico com especialidade em Ginecologia e Obstetrícia, também com carga horária de seis horas. O salário proposto é de R$ 13 mil. Os interessados deverão entrar em contato na Secretaria de Saúde do Município pelo telefone (66) 3566.5005
O alto salário é uma forma de compensar as dificuldades para se morar em cidades cuja infraestrutura de acesso podem ser consideradas precárias. Juina está localizada no Noroeste do Estado, a quase 750 quilômetros de Cuiabá. A população atual é de aproximadamente 39.064 habitantes distribuidos na zona rural e urbana.
Estudo recente,publicado pelo jornal “A Gazeta”, mostrou que nas prefeituras do interior de Mato Grosso sobram vagas principalmente para os especialistas. Pediatras, cirurgiões gerais, ortopedistas e ginecologistas são os mais requisitados, mas raramente deixam as cidades pólos, onde conseguem conciliar o serviço público com particular, aumentando assim a renda mensal.
Também pesa o fato de terem que assumir o risco de responder processos criminais por erro ou negligência devido a falta de estrutura necessária de atendimento. Alguns municípios trocaram de médico mais de 8 vezes no ano passado, o que levou gestores ao desespero, já que o tempo médio para nova contratação pode ultrapassar 3 meses. Quem perde é a população, que fica desassistida.
Até mesmo os profissionais do Programa Saúde da Família (PSF), na maioria das vezes, encaram a oportunidade apenas como “bico” até uma proposta melhor aparecer, o que pode acontecer antes de um ano.
O presidente do Sindicato dos Médicos em Mato Grosso (Sindimed), Luiz Carlos de Alvarenga, aponta a falta de segurança como um dos principais entraves. A descontinuidade das políticas públicas, a troca frequente de secretários de saúde e o “apadrinhamento” na hora de escolher amedronta quem até quer ir para o interior, mas teria que fazer uma grande movimentação levando toda família. “Por lei, o contrato tem validade só por 2 anos, depois disso, o profissional fica sujeito a demissão, sai com uma mão na frente e outra atrás, também não tem direitos respeitados, como férias ou licença. O último acontecimento foi uma demissão em massa em Confresa, agora em janeiro”.